quarta-feira, 29 de julho de 2009

Climas de Helena


Vovó Helena,


Obrigado por cuidar de mim, me assumir, fazer tudo por mim desde que nasci.

Toda a tua dedicação, trabalho e amor não foram em vão.

Avante! Rumo à luz!

Segue teu caminho de progresso e evolução, rumo à perfeição, que é o destino de todos nós.

Paz!


Teu netinho, Fabinho.





Climas de Helena



Nos invernos, as colinas vestem-se de neve

E os lagos cristalizam-se em piso transparente

O vento sussurra seu som agudo e metálico

A brancura da imensidão se alastra até onde a vista alcança

O céu claro e alvo ilumina a paisagem gélida e glacial.


As sutilezas do outono levam à mansuetude

São os instantes de repouso, reflexão, serenidade

Espalham-se pelo ambiente

O ruído das folhas secas e amareladas caindo

As canções de avós embalando seus netinhos

O aroma envolvente das tortas quentes de amora

E enquanto contemplamos o horizonte

A maturidade rege sua sinfonia prateada.


Os ares amenos da primavera revitalizam os sonhos

Dão novo ânimo, novo impulso, ímpeto desbravador

A aprazível brisa matinal afaga todo o relevo

Os lagos escoam em azul luzente

Dançam as árvores, derramando seus frutos revigorantes

Voam os pássaros, em algum lugar, sobre o arco-íris.


Surge o verão, quando as matizes de azul, violeta e amarelo tornam-se imperceptíveis

E os dias prolongam-se, intimidando o tímido anoitecer

O sol reflete nas colinas verdejantes

Enquanto a relva que as recobre declama seu soneto

Declara seu amor em forma de soneto

Soneto leve como os raios de sol

Que desfazem-se ao solfejar do vento.


Nas estações de nossas vidas

Alternando geadas e o interminável céu azul, amadurecemos

Nas fases de nossas vidas

Entre renúncias e conquistas seguimos, dignamente, em frente

Nas constantes delicadezas de nossas vidas

Construímos afetos e ternuras que abrilhantam o infindo amar...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Divagante


Deslizo...


Por entre o passado tão irreconhecível

Por entre o presente tão inexplicável


Flutuo...


Carregando o peso da montanha que quebro com minhas mãos

Em direção ao futuro sem garantias, sinais, deixas


Eu, difuso em mim


Em órbita


Ao léu

No silêncio, no vácuo, anônimo e sozinho, caminhando em minha rocha lunar


Sozinho.

Como um astronauta.


Sem o efeito do tempo

Sem o bailar do vento


Nadador do céu


Nadando nas estrelas.