segunda-feira, 22 de junho de 2009

Criogenia




Este poema logo abaixo, "Criogenia", não foi escrito por mim.

Foi escrito por minha amada.

A pessoa que mais pode falar sobre mim.

A única pessoa que me conhece de verdade, por inteiro.

Minha amiga e companheira, minha parceira por quatro anos, meu grande encontro de vida.

Meu Grande Amor.

Hoje, o namoro acabou.

O romance acabou.

Mas não o amor.

Hoje, minha amiga, minha irmã.

Minha conselheira.

Te amo.

Sempre te amarei.

Estarei sempre contigo.


Ninim,

Obrigado por tudo.

Por cada segundo e por toda a eternidade.

Estarei sempre contigo.





Criogenia



Você segue ao longo do tempo que passa
Congelado
Dentro do seu peito
E assim aguarda.
O grande instante de sua vida:
Pisar o Sol;
Tornar-se guarda
De seu amor-perfeito.

Você permanece enquanto o vento passa
Animando
Seus cabelos pretos,
Assim parado.
Como fundo a praia morta,
Um céu de cinzas
De outro incêndio
Que não aquele que é o seu.

Em sua frente um grande nimbus explode, vertical.
Dentro de si tão violentamente...
Impondo sobre o azul e o azul cinza e caos.
Para o resto do mundo
Lenta e calmamente, surge e se desfaz.

Um curto-circuito, sinal vermelho, mais um basta.
Vira-se violentamente sem despedir-se do dia que dá adeus.
Uma chama se apaga, o peito se acende.
Tira força da raiva e toma o que é teu,
Tira força daquilo que tira o que é teu.
A rua se enche de carros, pessoas e sons, conversas, mentiras, buzinas...
E teu grito de mudança sai no mesmo instante
Que grita o apito do guarda da esquina.
Grita mais alto! Apita mais alto!
O Sol se esconde no escuro.
A luz se esconde no escuro.
A rua fica verde,
A vida segue seu fluxo.

(E guarda na memória de teu grande coração
Tudo o que aprendeu a sentir
E não se cala diante o silêncio do mundo
Às vezes com um grito abafado,
Outras vezes com um gemido profundo.)

2 comentários:

  1. Cara, pessoalmente esse poema foi dificil pra ler, principalmente por conta da dedicatória no começo. Imagino como será a minha vida sem minha namorada, eu a amando e tudo o que aprendemos um com outro fazendo sentido mesmo depois de morto.

    poema muito bonito, parabéns, tens muita sensibilidade.

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  2. A dedicatória é minha.

    O poema de quem me amou e amei tanto.

    E continua fazendo sentido, mesmo que esse amor agora esteja transformado, em amizade.

    Amor de verdade (e só é amor se de verddae) é para sempre, não?

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