domingo, 21 de junho de 2009

No Surprises



E então, o homem busca refúgio em um futuro seguro, em um mundo virtual e cibernético, onde os valores perdidos reinventam-se com códigos próprios. O futuro não é mais uma incógnita, já chegou e está ao alcance de nossa mão. Nossas inquietações é que não deixam de existir, pois continuamos humanos, demasiadamente humanos, embora funcionemos como máquinas programadas com chips. O cansaço chegou à estratosfera, o coração está devastado, as feridas ardem e não cicatrizaram. Pode imaginar um lugar agradável e familiar para viver. Em meio ao frenesi robótico e anestesiante, há uma necessidade de compreensão, de cuidados especiais.
Não mais as dúvidas e incertezas do início...
Não mais a paixão e o domínio dos sentimentos...
Não mais o medo e o fim da extinção...
O homem enfrenta aqui uma nova etapa, que é derivada de todas as anteriores. Renasce rapaginado, como se procurando o seu lugar, como que desconhecendo o território, que não é mais nenhum dos anteriores. Procura um lugar escuro e tranquilo para se refazer. Em meio a luzinhas, submerge em um mundo de vidro, seguro e artificial como um aquário. Só que não pode mais nadar no líquido amniótico... pois não pode mais voltar para o ventre materno. Dá uma pausa e toma um gole de ar, precisa respirar. E logo depois emerge, mas continua no escuro, de onde veio, anda procurando um lugar para chamar de seu.
Fecha o ciclo da vida. Que, paradoxal, não pode ser fechado, pois é infindo.
Só lhe resta seguir procurando.
E continuar.


Um comentário:

  1. ... realmente, o que nos resta é continuar procurando! Procurando algo que seja natural, no meio de toda esta parafernália que o "homem moderno" desenhou! obrigado por escrever este texto, me fez lembrar q ainda é possível encontrar alguém racional pelo mundo à fora, pois ás vezes penso q as únicas pessoas q podem acreditar nos meus pensamentos, são Nietzsche, Shakespeare e Tom Yorke... agora posso contar tmbém com o "Astronauta"! Valeu!
    Keko...

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